segunda-feira, 14 de setembro de 2009

VOCÊ QUER RESPOSTAS?

Por: Christiana Gonçalves Meira de Almeida

Certo dia estava conversando com uma criança, em uma situação informal e falei que era psicóloga. A menina, muito esperta e carismática, disse: “Puxa, fico imaginando como deve ser sentar em um divã e ouvir começar a contar a minha vida. O terapeuta iria me dizer para explicar melhor, eu ia falar ainda mais. Depois ele me explicaria o que eu deveria fazer e como eu deveria fazer.”

Juntamente com essa garotinha, muitas outras pessoas pensam de forma semelhante. Muitas vezes, quando procuramos um psicólogo, esperamos que ele nos diga o que e como fazer. Esperamos que alguém nos diga como viver de forma a não ter o sofrimento que tanto nos incomoda. Queremos respostas prontas, como uma receita de bolo, de preferência um bolo de fácil preparo.

O nosso dia-a-dia corrido, não nos permite parar para pensar sobre nós mesmos. Quando estamos sofrendo, queremos algo que faça parar a nossa dor o mais rápido possível, queremos uma direção clara a seguir. Entretanto, é importante pensarmos um pouco sobre essa busca por soluções rápidas.

Devemos pensar se o que queremos são simplesmente respostas. Respostas o seu amigo pode dar. Pais e mães costumam dar muitas respostas. Conselheiros religiosos respondem perguntas. Entretanto, serão baseadas em uma opinião particular e relacionadas ao que a pessoa que deu a resposta pensa.

O olhar e a fala do psicólogo não devem ser baseados em conhecimentos do senso comum. O profissional deve apoiar-se sobre conhecimento científico, mostrando-se atento ao contexto da pessoa que o procura, considerando crenças, saberes e valores de seu cliente.

Um terapeuta, não é vidente, nem o oráculo da sabedoria. É uma pessoa como uma história de vida e que possui conhecimentos no campo da Psicologia.

Esses conhecimentos podem ser utilizados para que, junto com o cliente, seja possível, refletir sobre sua vida e os possíveis caminhos a serem trilhados. Para isso é necessário que o psicólogo faça uma análise muito cuidadosa do contexto antes de dar qualquer parecer.

Nesse processo e de acordo com um conjunto de conhecimentos e técnicas desenvolvidas é possível ao cliente perceber, sob outro ângulo, sua própria vida, repensando atitudes e escolhas.

Gosto daquela propaganda do canal Futura que diz: “Não são as respostas que movem o mundo. São as perguntas”.

Para mim, boas respostas são aquelas que possibilitam novas perguntas e com elas podemos ter novos horizontes.

Para assistir ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=xg8UG9I8hmw

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O QUE O SILÊNCIO TEM A NOS DIZER


Por: Larissa Forni dos Santos

Muitas pessoas queixam que ao procurar o psicólogo ficaram incomodadas porque ele fica em silêncio só esperando que a pessoa fale e ele não fala nada. Em contra partida, muitos psicólogos ficam sem reação, sem saber como entender a postura silenciosa da pessoa que o procura.

O tema silêncio, sobretudo do paciente, apesar de polêmico, é pouco discutido em Psicanálise, teoria que adotaremos para pensar no assunto. Por muitas vezes ele é visto como uma forma de resistência, mas devemos passar a vê-lo como uma diferente maneira de se comunicar (Zimerman, 1999).

Segundo o autor, o silêncio interpretado como resistência se dá pelo fato de que o processo analítico teria como pressuposto básico a livre-associação, quando em silêncio, o paciente quebra, vai contra a parte essencial da psicanálise, visto então como resistente ao processo terapêutico.

Zimerman (1999) apontou que o silêncio pode ter diferentes significados, considerando que ele tem muito a nos dizer, sendo uma forma de comunicação entre terapeuta e paciente. Destaca que ficar em silêncio durante o processo terapêutico é ainda mais comum em adolescentes.

O paciente adolescente tende a levar tudo para o concreto, exigindo respostas imediatas, chegando a mesclar o real com o imaginário. Ao falar, o faz como se fosse adulto, por várias vezes irá cobrar do analista opiniões e conselhos e caso estas contrariem seus pensamentos, os sentimentos de frustração e magoa aparecerão com facilidade.

Frente a estes sentimentos, o adolescente tende a reagir por meio de actings (ações), que podem consistir em faltas freqüentes e, conseqüente abandono da terapia ou também, por meio de longos períodos de silêncio durante as sessões, ou até mesmo o silêncio absoluto durante muito tempo da análise.

Zimerman (1999) afirma que temos que nos ater ao silêncio como uma forma de comunicação e pensá-lo como um “idioma desconhecido” que precisa de tradução. O analista precisa então, nos momentos de silêncio, pensar nos tipos de comunicação não verbal que são estabelecidos, uma vez que durante o processo analítico existem momentos em que as palavras não conseguem exprimir o que está acontecendo.

Desse modo, o analista deve estar preparado para a escuta das diferentes formas de comunicação do analisando. A forma de comunicação aparece separada didaticamente em verbal e não-verbal. Ambas, a priori, têm a função de comunicar algo, contudo nem sempre esta função é real, às vezes, como afirmado por Bion, o discurso pode estar a serviço da incomuncação como forma de ataque aos vínculos perceptivos.

Para saber mais: ZIMERMAN, D.E. Fundamentos Psicanalíticos: teoria, técnica e clínica. Porto Alegre: Artmed, 1999.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

NOVAS ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR


Por: Larissa Forni dos Santos

No texto “Avaliação Psicológica na Educação: Mudanças Necessárias” (Machado, 2000), a autora questiona qual o objeto de análise quando se faz um diagnóstico de uma criança encaminhada ao serviço de psicologia.

Ela ressalta a importância de não se ater à criança, é preciso que se olhe para o processo de produção da queixa escolar, pois esta é composta por uma história coletiva. Desse modo se faz necessária à busca pelos processos que constituem a queixa escolar e alternativas para dissipá-la.

Assim, o psicólogo deve intervir no processo de produção da queixa escolar com o objetivo de rescindir tal produção, discutindo não só o caso encaminhado, mas também o funcionamento das relações escolares onde a criança encaminhada de insere.

A estratégia de intervenção que a autora propõe é divido em quatro momentos, sendo eles:

(1) Pesquisar os bastidores dos encaminhamentos, a versão de vários profissionais e a história escolar da criança: conversas com os profissionais da escola, expectativa dos professores, pesquisa de prontuário, observar a organização da escola (montagem de turmas, espaço físico);

(2) Encontro individual com a criança encaminhada e conversa com os pais: explicar à criança e aos pais o objetivo do trabalho, entender como as coisas tinham acontecido e pensar o que pode ser mudado na escola;

(3) Encontro em grupo com as crianças, conversas com os professores para discussão : é feito um trabalho em grupo com as crianças encaminhadas para atendimento psicológico por queixa escolar, são problematizadas questões sobre aprendizagem, da história escolar e das diferenças entre elas, potencializando a diversidade;

(4) Encontros individuais com as crianças e leitura do relatório com os personagens envolvidos no trabalho - crianças, professores e pais: com as crianças que apresentam necessidade, após o termino do trabalho em grupo é feito atendimento individual com a tarefa de conhecer o que não está indo bem na vida escolar e o que pode ser feito para melhorar. Depois é redigido um relatório o qual é lido com a criança, professores e pais e entregue uma cópia para a escola.

Desse modo, o psicólogo circula por vários ambientes, conversa com profissionais e parentes, cria acontecimentos e chega a um relato sobre o que se fez durante o tempo de trabalho, o quanto conseguiu com ação de vários personagens. É possível, então, que psicólogos que trabalham com crianças encaminhadas por escolas, direcionem o trabalho com o objetivo de romper a produção da queixa escolar.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL NA INFÂNCIA

Por: Nichollas Martins Areco


Nas duas ultimas décadas, se tornou notícia a existência de crianças superdotadas, ou seja, pequenos tão inteligentes que podem superar não só as pessoas da mesma idade como também os adultos na “quantidade de inteligência”.
Como parte da divulgação do reconhecimento destes jovens prodígios, fica notórias suas façanhas, como ingressar em uma faculdade aos 13 anos ou resolver problemas complexos de física como se fosse uma simples brincadeira, ou ainda a necessidade de instituições especiais que atendam as demandas diferenciadas destes raros casos, ocorrência que a escola normal não seria capacitada para atender.
A partir do reconhecimento que algumas crianças teriam maior capacidade de responder a desafios, muitos pais e educadores se interessaram em oferecer cada vez mais uma educação diferenciada, buscando o desenvolvimento máximo da inteligência e da superação de limites, tal qual extenuante maratona que exige que o pequeno mostre ser um gênio em todos os campos do saber.
Apesar do debate entre teóricos sobre o tema, é preciso salientar que inteligência não é uma entidade absoluta, um pacote fechado que nasce com o ser humano e deve cumprir um papel determinado na vida de cada um, e que esta capacidade pode se desenvolver em uma ascendente ininterrupta; ou ainda que o ser que vive seus primeiros anos está fadado a viver o fracasso completo de suas capacidades.
É importante compreender que inteligência não é sinônimo de capacidade intelectual, ou seja, ela também envolve a dimensão verbal e de expressão, a articulação dos diversos componentes do mundo, a capacidade de extrapolar o que é concreto e criar a partir destas abstrações, a criatividade, a forma de articular as relações interpessoais, etc. Ou seja, ser inteligente não é apenas traduzido em boas notas no contexto escolar, mas também a capacidade de fazer um belo desenho, tocar algum instrumento musical, se comunicar, apreender bem uma história, por exemplo.
A inteligência pode se manifestar de formas diferentes dependendo das exigências e prioridades de cada cultura, grupo social, e estrutura familiar. Isto se justifica pelo fato que a criança será estimulada em direções diferentes, dependendo qual o destaque ou importância tem determinada habilidade para o grupo que pertence.
Sabe-se que em enquanto em algumas tribos africanas é exigido que logo no segundo ano de vida a pessoa já possua habilidades manuais finas e organização perceptual a fim de manipular objetos cortantes, na sociedade japonesa a criança recebe educação mais liberal até a idade aproximada de sete anos, e a partir de então passar ser cobrada rigorosamente por um bom despenho escolar. É possível comparar também que em grupos onde a escrita tem maior importância, o desenvolvimento de habilidade de cópia, compreensão de símbolos, uso de regras gerais ou específicas são mais exigidas, enquanto que em sociedades onde o uso da oralidade tem maior relevância, a articulação de palavras, memória verbal, memorização, ganham outra conotação.
Assim é colocado em uma posição relativa a questão de ser mais inteligente que o outro ou de ser super-dotado. É necessário que pais e educadores estejam atentos a sua realidade cultural e qual os anseios que a sociedade mantém em relação ao desenvolvimento da criança, buscando oferecer subsídios para que cada uma encontre a seu tempo, a melhor realização de seus potenciais.

terça-feira, 16 de junho de 2009

QUANDO O TRABALHO SE TORNA ESTRESSANTE


Por: Larissa Forni dos Santos


No cotidiano de trabalho é provável que o profissional acabe se deparando com situações desagradáveis que tendem a gerar uma sensação de mal estar, desanimo e outras repercussões é como:

- Estresse, que pode ser definido como a soma de reações biológicas a um estímulo adverso, físico, emocional ou mental, interno ou externo, que tende a perturbar a homeostase do organismo.

- Síndrome de Burnout é definida por alguns autores como uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional. Caracteriza-se por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e apatia ou insensibilidade com relação a quase tudo e todos.

O termo inglês burnout é uma composição de burn (queima) e out (exterior), sugerindo assim que a pessoa acometida consome-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e irritadiço. Essa síndrome corresponde, portanto, a um tipo particular de estresse ocupacional e institucional, e acomete preferencialmente os profissionais que mantêm uma relação constante e direta com outras pessoas, principalmente quando essa atividade é considerada de ajuda (enfermeiros, médicos, professores, psicoterapeutas, assistentes sociais, comerciários, bombeiros, carcereiros, funcionários de departamento pessoal). São profissões que envolvem um contato interpessoal mais exigente, por vezes muito próximo e íntimo, tais como os trabalhadores de saúde. Originalmente considerava-se que essa síndrome tinha predileção por profissionais que exercem atividades de ajuda, mas contemporaneamente os estudos já a estendem a todos profissionais que interagem de forma ativa com pessoas, que cuidam e/ou solucionam problemas de outros, ou que obedecem técnicas e métodos mais exigentes e atuam em organizações de trabalho submetidas a avaliações regulares.

Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato direto, excessivo e estressante com o trabalho, essa doença faz com que a pessoa perca a maior parte do interesse em sua relação com o trabalho, de forma que as coisas deixam de ter importância e qualquer esforço pessoal passa a parecer inútil. Entre os fatores aparentemente associados ao desenvolvimento da Síndrome de Burnout está a pouca autonomia no desempenho profissional, problemas de relacionamento com as chefias, problemas de relacionamento com colegas ou clientes, conflito entre trabalho e família, sentimento de desqualificação e falta de cooperação da equipe.

De acordo com Seligmann-Silva, importante estudiosa do assunto, o trabalho conforme a situação, tanto poderá fortalecer a saúde mental quanto levar a distúrbios que se expressarão coletivamente em termos psicossociais e/ou individuais, em manifestações psicossomáticas ou psiquiátricas.

Para evitar o aparecimento de sintomas da Síndrome de “Burnout” e amenizar as dificuldades relacionadas ao trabalho, algumas medidas podem ser tomadas, tais como: - Reuniões freqüentes com a equipe,

- Conhecimento das limitações pessoais de cada um,

- Solicitar ajuda de outro profissional da equipe

- Se necessário, procurar por suporte psicológico com o objetivo de pensar nas relações de trabalho e poder encontrar alternativas para fortificar esse profissional para enfrentar as adversidades do cotidiano de trabalho.

domingo, 7 de junho de 2009

QUANDO DESCOBRIMOS QUE SOMOS FRACOS

Por: Nichollas Martins Areco


“Abro a revista e vejo quantas pessoas são mais belas, mais bem vestidas, têm casas maiores e muito mais bem servidas que a minha”.
“Hoje entrei na internet e em uma página muito famosa estava uma notícia sobre aquele milionário que comprou um iate e fez uma grande festa de inauguração”.
“Oi, desculpe, eu não pude te ligar na semana passada, eu estou fazendo um curso de inglês e outro que a empresa oferece, pois preciso melhorar meu currículo. Por que a gente não marca um encontro para o mês que vem?”
Certamente você já deve ter ouvido alguém dizer frases parecidas com essas, ou mesmo já deve ter pensando em o quanto você precisa melhorar, o quanto é necessário ser o melhor no seu ramo profissional, nas suas relações, ter dinheiro, reconhecimento, enfim, devemos ser melhores e tudo.
Em nome dessa pretensão perfeição, sofremos com nossos erros e falhas, não nos permitimos momentos de ócio e o lazer deve sempre seguir a ultima moda, e de preferência deve nos ajudar a manter uma forma física digna dos Deuses do Olímpo. Entretanto nos esquecemos que estas divindades também tinham suas fraquezas e imperfeições, e, apesar de terem super poderes eram obrigados a lidar com seus limites.
Bolt – O super cão, produzido pelos Estúdios Disney (já disponível em DVD), retrata a vida de um cachorro que protagoniza um programa de televisão, e usando seus poderes fantásticos, deve proteger a menina Penny das garras dos vilões.
Entretanto o herói não sabe que sua vida cheia de aventuras mirabolantes e suas qualidades são apenas obra de ficção. E pensando que sua dona estava em perigo, foge e acaba indo para do outro lado do país, deparado coma aterradora realidade que tudo aquilo que acreditava que era não existe, e ao lado da gata Mittens e do hamister Rhino, descobre que não tem nenhuma qualidade incomum e que é um cachorro como todos os outros, e justamente aí descobre que pode ir mais longe.
A animação mostra de forma simples que não é preciso perseguir formas idealizadas de existência, uma vez que a nossa singularidade é rica de potências a serem descobertas e desenvolvidas, e que experimentar limitações e dificuldades faz parte da vida. São justamente as imperfeições, as falhas, as necessidades, as barreiras e empecilhos que nos leva ao desenvolvimento, e a nos tornarmos própriamente humanos.

terça-feira, 2 de junho de 2009

PELO DIREITO DE SENTIR-SE TRISTE


Por: Larissa Forni dos Santos


Vivemos em mundo rodeado de informações, que podem nos servir para ajudar efetivamente ou nos deixar aflitos e cheios de dúvidas. Isso também acontece muito com o grande acesso ao “Dr. Google”.

As informações adquiridas por meio de sites, às vezes nos deixam com mais dúvidas do que antes de consultá-los, isso acontece porque nem sempre temos conhecimento suficiente sobre o tema pesquisado e nem sempre os sites oferecem informações seguras.

Com a popularização desse tipo de pesquisa e também pelo amplo espaço que o tema depressão tem tomado na mídia em geral, podemos pensar que não existe mais o direito de sentir-se triste em uma era em que existe a “pílula da felicidade” e, que devemos estar sempre bem dispostos e sorridentes para enfrentar os dilemas do cotidiano.

Porém, existem situações em que sentir-se triste é necessário e saudável, como no caso de perder um ente querido, ficar desempregado, terminar um relacionamento, brigar com alguém ou não conseguir alcançar um objetivo muito esperado. A qualquer sinal de tristeza sempre haverá alguma pessoa para dizer: “xi... você está deprimido hoje”.

Depressão é uma doença e merece atenção de especialistas, seu sintoma mais conhecido é a anedonia, ou seja, a dificuldade em sentir prazer em atividades que antes lhe eram prazerosas. Além dela, a pessoa com depressão sente uma grande tristeza sem motivo aparente, falta ou excesso de apetite e sono, sentimento de menos-valia e baixa auto-estima. Esses sintomas devem persistir por, no mínimo, duas semanas.

Seu tratamento é constituído por psicoterapia a fim de rever as questões que podem levar a essa falta de perspectiva, pensando em rearranjos possíveis para estabelecer novos objetivos em sua vida. Em casos mais graves são usados medicamentos anti-depressivos, segundo prescrição médica.

Assim, devemos pensar que temos o direito de nos sentirmos tristes algumas, ou muitas vezes, durante nossa vida, sem que isso caracterize um quadro depressivo, uma doença.


terça-feira, 26 de maio de 2009

ALERTA CONTRA O BULLYING

Por: Christiana Gonçalves Meira de Almeida

É comum vermos na mídia diversos tipos de violência. Além da violência explícita e mais fácil de identificar está a violência velada que também gera muito sofrimento às vítimas.

Como parte da violência velada podemos citar o bullying.

Bullying pode ser entendido como um conjunto de comportamentos agressivos caracterizados por e desequilíbrio de poder, no qual a vítima não consegue se defender por ser menor de estatura ou forma física, minoria, não ter repertório para saber como se defender de modo que isso não volte o ocorrer, etc.

Dito de outra forma o bullying é uma prática de intimidação e humilhação, sendo uma forma de abuso físico , psicológico e social.

 Pensamos ser um tema importante para trazer a discussão, pois esse fenômeno  pode ser observado em vários contextos ( por exemplo, escolas, família, organizações de trabalho, asilos) e as conseqüências para as vítimas pode ser muito negativa. Depressão, ansiedade, estresse,  perda de auto-estima, problemas de relacionamento, abuso de drogas e álcool podem ser alguns dos problemas gerados para as vítimas.

O bullying pode estar presente até mesmo em ambientes virtuais o que pode tornar o sofrimento da vítima ainda maior pois o agressor pode permanecer no anonimato.

 

A seguir citaremos alguns sinais que podem indicar que a criança é vítima de bullying  para que pais e professores fiquem atentos a essa situação. Mas vale ressaltar que esse fenômeno não corre apenas em crianças.

 

Alguns sinais em crianças são:

  • Demonstrar falta de vontade de ir à escola;
  • Pede para trocar de escola;
  • Pede para ser levado à escola;
  • Apresenta baixo-rendimento escolar;
  • Parece angustiado, ansioso ou deprimido;
  • Tem pesadelos constantes, que podem ser acompanhados por pedidos de socorro;
  • Volta da escola repetidamente com materiais e roupas sujas e rasgadas ou até mesmo ferimentos sem explicações convincentes.

Para ser vítima de bullying não é necessário que todos esses sinais apareçam juntos, mas eles podem ser sinal de alerta.

No Brasil são poucos os programas educacionais para prevenir e combater o bullying. Por isso vale citar a iniciativa da ABRAPIA em parceria com a Petrobras que desenvolveram em 11 escolas no Rio e Janeiro um programa de prevenção contra comportamento agressivo entre estudantes. As escolas puderam traçar estratégias incluindo abordagem dos alunos por professores em sala de aula e elaboração de atividades práticas.

Os pais devem apoiar o filho, abrindo espaço para ele falar sobre o sofrimento de estar sendo rejeitado pelos colegas e buscar junto à criança e à escola soluções para o problema. Muitos pais incentivam o filho a se defender revidando as humilhações e agressões, contudo, como aponta Lopes Neto, coordenador da ABRAPIA (Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência): “Obrigar o filho a enfrentar os agressores pode  não ser  a melhor solução, visto que ele está fragilizado, ou seja, corre o risco de sofrer uma frustração ainda maior”, Por outro lado, fazer de conta que não existe bullying ou outro tipo de violência psicológica na escola pode ser, de certo modo, autorizar a prática de mais violência.

Caso , seu filho seja um autor de bullying garanta que irá ajudá-lo. Xingar e bater pode não ser a melhor saída. Tente entender porque ele tem essas atitudes. É importante  estabelecer limites aa criança, encorajá-lo a pedir desculpas. Demonstrar reprovação a esse comportamento agressivos e aprovação e elogios as qualidades  e atitudes socialmente adequadas que a criança vier a demonstrar.

Tanto para vítima quanto para o autor de bullying o apoio profissional do psicólogo pode ser útil para auxiliar os pais e a criança nesse momento.

Para saber mais visite:

www.abrapia.org.br

 www.bullying.com.br

quarta-feira, 13 de maio de 2009

O QUE APRENDEMOS COM NOSSOS PAIS

Por: Nichollas Martins Areco


Na relação entre pais e filhos há um processo de aprendizado intenso, e através do contato é possível trabalhar concepções de mundo, valores, idéias e sentimentos.
E justamente neste contato onde são dialogadas as questões sobre o existir, não seria o espaço ideal para trabalhar sobre a morte?
Muitas vezes a finitude é negligenciada, jogada para de baixo do tapete como se simplesmente a criança um dia não fosse se deparar com ela, como se não fizesse parte da vida de cada um.
Em sua campanha do Dia das Mães, O Boticário propôs justamente isso, através do contato íntimo e afetivo da mãe com sua filha, mostrar que a vida um dia se extingue, e que isso pode ser demonstrado com serenidade e fazer parte da vida de todos nós.
E você, já conversou com seus filhos sobre a morte?



Veja o video no link:
http://www.youtube.com/watch?v=9Jqt1NH4om0

sexta-feira, 8 de maio de 2009

DESMISTIFICANDO A ESQUIZOFRENIA

Por: Larissa Forni dos Santos

Nos últimos anos os transtornos mentais têm vindo à tona através da mídia, por vários meios de comunicação. Parece que agora chegou à vez de se abordar um dos mais sérios desses transtornos: a esquizofrenia.

Na atual novela das nove, Caminhos das Índias, o ator Bruno Gagliasso interpreta um jovem que passou a ouvir vozes o insultando e instruindo a agredir outras pessoas.

A esquizofrenia é um transtorno mental importante sendo que seus sintomas mais característicos envolvem alterações no pensamento. Existem alguns subtipos de transtornos esquizofrênicos, que apresentam particularidades na manifestação dos sintomas, mas de modo geral, suas características são: alteração do pensamento e da percepção, afetos inapropriados ou embotados. A consciência e a capacidade intelectual não são necessariamente afetadas, mas podem ocorrer danos com a evolução da doença.

Para se fazer o diagnóstico de esquizofrenia, alguns critérios devem ser seguidos de acordo com a Classificação internacional de Doenças, o CID-10.  Alguns deles são:

- Seis meses de duração mínima dos sintomas

- Delírios, alucinações, discurso desorganizado

- Comportamento desorganizado ou catatônico (paralisado)

A prevalência desse transtorno na população geral fica entre 0,5 e 1,5%, sua ocorrência é indiferente entre classes sócio-econômicas e culturais, assim como entre gêneros. Seus primeiros sintomas aparecem tipicamente no final da adolescência.

Em relação a evolução do caso, ela é muito particular para cada paciente. Pode acontecer um único episódio, descartando o diagnóstico de esquizofrenia, caracterizando apenas um surto psicótico. Pode evoluir como uma doença crônica com remissão completa ou incompleta dos sintomas.

O tratamento é feito, na maioria das vezes, através de medicamentos conhecidos como antipsicóticos ou neurolépticos que, com a evolução da indústria farmacêutica, passaram a apresentar menor incidência efeitos colaterais indesejados,  melhorando muito a qualidade de vida desses pacientes. Por vezes, psicoterapia pode ser indicada, assim como acompanhamento terapêutico e participação em oficinas terapêuticas.

Como dito, a esquizofrenia pode ser considerada uma doença crônica que requer acompanhamento especializado para a melhora dos sintomas e qualidade de vida do paciente. Cabe dizer, que muitas vezes, devido ao grande impacto trazido ao ambiente familiar, os familiares também precisarão de acompanhamento profissional para pode administrar a nova rotina e entender melhor o que é essa doença, a principio, tão assustadora, mas com grande possibilidade de melhora.

terça-feira, 21 de abril de 2009

PSICOTERAPIA INFANTIL

Por: Christiana Gonçalves Meira de Almeida 

Não conheço ninguém que possa dizer que não tem ou nunca teve problemas. Todos temos  preocupações, conflitos, obstáculos - alguns maiores, outros  menores. 

Quando crescemos, às vezes esquecemos as adversidades enfrentadas na infância e muitas vezes a consideramos como o período em que não havia tristezas ou preocupações. Esquecemos daquele menino da 5ª série que brigava com a gente, daquela prova de matemática que nos deixava ansiosos, de quando ficamos bravos com os nossos pais e irmãos, de quando tivemos medo daquela boneca que ficava olhando para gente, da loira que a qualquer hora poderia sair do espelho do banheiro para nos atacar e todas outras criaturas que já nos assustaram um dia.

Cada fase da vida tem suas desvantagens. A infância não foge à regra. Para alguns dos problemas ocorridos nessa fase, “o tempo é o melhor remédio”. Não apenas a passagem do tempo, mas porque é provável que, com o tempo, a gente mude, assim como as pessoas a nossa volta. Com essas mudanças em nós mesmos e no ambiente em que vivemos, as dificuldades são superadas e até esquecidas.

Em outras situações talvez seja necessário a ajuda de um acompanhamento profissional frente a essas questões.

A psicoterapia infantil pode auxiliar crianças e suas famílias (os pais, irmãos e/ou cuidadores) quando algo não está bem no desenvolvimento da criança. O problema pode consistir em dificuldades emocionais, medo excessivo, estresse, ansiedade, agressividade, irritabilidade, timidez, baixo rendimento escolar e muitos outros problemas de comportamento.

O ambiente terapêutico pode facilitar a reflexão, discussão e aprendizagem de novas formas de agir frente a determinadas situações tanto por parte da criança como de sua família.

Atualmente os conhecimento e técnicas psicológicas na área de desenvolvimento infantil são amplos e possibilitam resultados significativos para o desenvolvimento saudável da criança e de sua família. E isso pode evitar a ocorrência de problemas maiores, além de oferecer maior qualidade de vida à criança e àqueles a ela ligados.

terça-feira, 14 de abril de 2009

EMPATIA: O CUIDADO ATRAVÉS DO ENCONTRO

Por: Nichollas Martins Areco

“Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol”
(Tom Jobim e Dolores Duran)

É muito comum em nosso cotidiano dizermos que simpatizamos com alguém, ou antipatizamos com alguma idéia, alguma presença.

Assim, quando nos deparamos com outra pessoa, passamos a avaliar quanto este outro é parecido ou diferente de nós mesmos, quais seus interesses, gostos, idéias e concepções, e até que ponto podemos tolerar e aprender com as diferenças trazidas por este desconhecido ou se simplesmente é intolerável tê-lo ao nosso lado.

Estar diante de outra pessoa é uma grande aventura. Podemos dizer que neste momento que estamos junto ao outro, entramos em uma grande e misteriosa sala de espelhos, e quando miramos nossa imagem refletida ela pode estar um pouco menor do que imaginamos ser, ou mais alongada, um pouco distorcida, mais engraçada e divertida, ou em outra combinação qualquer. A partir do que vemos podemos nos sentir atraídos ou não pelo que percebemos, e isso marcará o quanto nos aproximamos ou afastamos dessas figuras.

Mas se pensamos com calma, tanto para haver simpatia quanto antipatia é necessário haja que o encontro entre seres humanos, e a este fenômenos chamamos de empatia.
Esta palavra se deriva de radicais gregos e pode ter o significado de estar em contato com a trajetória e a tragédia. Assim pode-se dizer que empatia é quando estamos disponíveis para testemunhar e acompanhar alguém em sua jornada de vida, sobrepujando o juízo de valor e alcançando a dimensão da entrega ao outro, sem idéias pré-concebidas.

Na relação terapêutica estabelecida entre o psicólogo e o cliente, o profissional deve saber quem se é, e de quais sentimentos e conceitos tem sobre as coisas, e a partir deste “saber de si” é necessário colocar tudo isso em parênteses, ou seja, saber o que é seu para poder de fato estar aberto para trabalhar junto com a pessoa o seu mundo.

Uma relação empática de forma alguma se caracteriza por não ter reações perante o outro, mas sim saber que essas reações são possíveis sim, e que de fato acontecerão. Entretanto o que ganha destaque não é o movimento de ação e reação, mas sim o de estar junto e possibilitar que através desta parceria, a pessoa que procura auxílio psicológico se sinta segura para explorar a si mesma.

Em uma época em que o individualismo é o que rege as regras sociais, gerando assim solidão e isolamento, o ato de cuidar deveria envolver justamente a preciosa oportunidade de estar acompanhado de alguém, que a todo momento estende a mão não como forma de punição, mas como um convite de que é possível estar ao lado de alguém importante que respeitará suas dificuldades, reconhecerá suas potencialidades e que aceitará que o cliente seja ele mesmo.

Da mesma forma, quando uma pessoa sente necessidade de apoio psicológico não deve pensar somente em qual abordagem que este profissional segue, suas técnicas, o reconhecimento social de seu trabalho, honorário, etc. É necessário que o cliente também perceba quanto confia e sente-se a vontade com o terapeuta, o quanto é possível compartilhar seus sentimentos, suas experiências, sua vida, sendo este um bom indicativo do sucesso do processo de psicoterapia.
É como se a todo o momento o psicólogo e cliente dissessem um ao outro “me dê a mão, vamos sair pra ver o sol”.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

QUANDO PROCURAR UM PSICÓLOGO


Por: Larissa Forni dos Santos

De modo geral, é muito comum associar o trabalho do psicólogo ao atendimento a pacientes com transtornos psiquiátricos, porém pouco se sabe a respeito a diversidade de campos de atuação que cabe ao profissional dessa área.

A área de atuação mais popular da psicologia é a Psicologia Clínica que tem como modelo o consultório particular. Mesmo nesse campo de atuação o psicólogo não se restringe apenas ao atendimento de pacientes com enfermidades psiquiátricas. Pensando no percurso da vida, todos nós passamos por momentos mais delicados, sem saber direito como agir, angustiados e, nesse momento, o atendimento psicológico pode ser grande auxílio, buscando entender as razões que levam ao sentimento de angústia, medo, dor, sentir-se perdido.

Sabemos que algumas circunstâncias da vida podem gerar esses sentimentos, como a perda de um ente querido, desemprego, gravidez, vestibular, adoecimento e, não apenas questões ligadas a distúrbios mentais.

Além da clínica o Psicólogo Organizacional ou do Trabalho, o RH, também é bastante conhecido. O profissional que atua nessa área além de trabalhar com recrutamento e seleção, pode fazer avaliações em empresas avaliando o clima organizacional, prepara um profissional para sua reinserção no mercado de trabalho.

Para questões mais ligadas a busca de uma profissão cabe ao Orientador Profissional, através de técnicas específicas, nortear esse cliente adolescente: em busca de uma área de formação ou adulto: em busca de uma nova carreira, ou preparação para aposentadoria.

Em relação a Psicologia da Saúde ou Hospitalar o profissional atua com questões ligadas ao adoecimento agudo ou crônico, por causas orgânicas ou psicossomáticas. Pode acompanhar não só o pacientes acometido por uma enfermidade, mas também sua família, que muitas vezes, também se encontra impactada pela questão do adoecimento.

Existe também a prática do Psicodiagnóstico, que permite ao psicólogo, usando de técnicas exclusivas de uso desse profissional e regulamentadas pelo Conselho Federal de Psicologia (www.pol.org.br), avaliar aspectos afetivos, estruturais, funcionais e de desenvolvimento. Nesse tipo de avaliação também é possível fazer diagnóstico diferencial, ou seja, em caso de dúvida de diagnóstico é possível esclarecer algumas questões que permitam uma melhor avaliação do caso para se definir qual o tratamento mais indicado.

O Psicólogo Escolar é aquele que trata de temáticas ligadas ao processo de ensino e aprendizagem, desenvolvimento humano, escolarização em todos os seus níveis, inclusão de pessoas com deficiências, políticas públicas em educação, gestão psicoeducacional em instituições, formação continuada de professores.

Assim, podemos dizer que o psicólogo acompanha sim pacientes com doenças psiquiátricas, mas não só. Ele está presente em diversos contextos em que existem pessoas, pois essa é a “matéria-prima” de seu trabalho.

Então, deve-se procurar um psicólogo quando você julgar necessário, seja por não estar satisfeito com o andamento de sua vida, acreditando que pode encontrar novas maneiras de conduzi-la, por estar passando por uma fase de sofrimento ou transições difíceis, por estar acometido por doença psiquiátrica ou física, ou mesmo para o auto-conhecimento.

Ao procurar um psicólogo fique atento se ele cumpre as exigências feitas pelos Conselhos Regionais que podem ser consultados pela internet. O do estado de São Paulo está disponível pelo link: www.crpsp.org.br e o Conselho Federal: www.pol.org.br . Esses são os órgãos competentes para fiscalizar e orientar profissionais e as pessoas em geral.