domingo, 7 de junho de 2009

QUANDO DESCOBRIMOS QUE SOMOS FRACOS

Por: Nichollas Martins Areco


“Abro a revista e vejo quantas pessoas são mais belas, mais bem vestidas, têm casas maiores e muito mais bem servidas que a minha”.
“Hoje entrei na internet e em uma página muito famosa estava uma notícia sobre aquele milionário que comprou um iate e fez uma grande festa de inauguração”.
“Oi, desculpe, eu não pude te ligar na semana passada, eu estou fazendo um curso de inglês e outro que a empresa oferece, pois preciso melhorar meu currículo. Por que a gente não marca um encontro para o mês que vem?”
Certamente você já deve ter ouvido alguém dizer frases parecidas com essas, ou mesmo já deve ter pensando em o quanto você precisa melhorar, o quanto é necessário ser o melhor no seu ramo profissional, nas suas relações, ter dinheiro, reconhecimento, enfim, devemos ser melhores e tudo.
Em nome dessa pretensão perfeição, sofremos com nossos erros e falhas, não nos permitimos momentos de ócio e o lazer deve sempre seguir a ultima moda, e de preferência deve nos ajudar a manter uma forma física digna dos Deuses do Olímpo. Entretanto nos esquecemos que estas divindades também tinham suas fraquezas e imperfeições, e, apesar de terem super poderes eram obrigados a lidar com seus limites.
Bolt – O super cão, produzido pelos Estúdios Disney (já disponível em DVD), retrata a vida de um cachorro que protagoniza um programa de televisão, e usando seus poderes fantásticos, deve proteger a menina Penny das garras dos vilões.
Entretanto o herói não sabe que sua vida cheia de aventuras mirabolantes e suas qualidades são apenas obra de ficção. E pensando que sua dona estava em perigo, foge e acaba indo para do outro lado do país, deparado coma aterradora realidade que tudo aquilo que acreditava que era não existe, e ao lado da gata Mittens e do hamister Rhino, descobre que não tem nenhuma qualidade incomum e que é um cachorro como todos os outros, e justamente aí descobre que pode ir mais longe.
A animação mostra de forma simples que não é preciso perseguir formas idealizadas de existência, uma vez que a nossa singularidade é rica de potências a serem descobertas e desenvolvidas, e que experimentar limitações e dificuldades faz parte da vida. São justamente as imperfeições, as falhas, as necessidades, as barreiras e empecilhos que nos leva ao desenvolvimento, e a nos tornarmos própriamente humanos.

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