sexta-feira, 7 de agosto de 2009

NOVAS ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO NO AMBIENTE ESCOLAR


Por: Larissa Forni dos Santos

No texto “Avaliação Psicológica na Educação: Mudanças Necessárias” (Machado, 2000), a autora questiona qual o objeto de análise quando se faz um diagnóstico de uma criança encaminhada ao serviço de psicologia.

Ela ressalta a importância de não se ater à criança, é preciso que se olhe para o processo de produção da queixa escolar, pois esta é composta por uma história coletiva. Desse modo se faz necessária à busca pelos processos que constituem a queixa escolar e alternativas para dissipá-la.

Assim, o psicólogo deve intervir no processo de produção da queixa escolar com o objetivo de rescindir tal produção, discutindo não só o caso encaminhado, mas também o funcionamento das relações escolares onde a criança encaminhada de insere.

A estratégia de intervenção que a autora propõe é divido em quatro momentos, sendo eles:

(1) Pesquisar os bastidores dos encaminhamentos, a versão de vários profissionais e a história escolar da criança: conversas com os profissionais da escola, expectativa dos professores, pesquisa de prontuário, observar a organização da escola (montagem de turmas, espaço físico);

(2) Encontro individual com a criança encaminhada e conversa com os pais: explicar à criança e aos pais o objetivo do trabalho, entender como as coisas tinham acontecido e pensar o que pode ser mudado na escola;

(3) Encontro em grupo com as crianças, conversas com os professores para discussão : é feito um trabalho em grupo com as crianças encaminhadas para atendimento psicológico por queixa escolar, são problematizadas questões sobre aprendizagem, da história escolar e das diferenças entre elas, potencializando a diversidade;

(4) Encontros individuais com as crianças e leitura do relatório com os personagens envolvidos no trabalho - crianças, professores e pais: com as crianças que apresentam necessidade, após o termino do trabalho em grupo é feito atendimento individual com a tarefa de conhecer o que não está indo bem na vida escolar e o que pode ser feito para melhorar. Depois é redigido um relatório o qual é lido com a criança, professores e pais e entregue uma cópia para a escola.

Desse modo, o psicólogo circula por vários ambientes, conversa com profissionais e parentes, cria acontecimentos e chega a um relato sobre o que se fez durante o tempo de trabalho, o quanto conseguiu com ação de vários personagens. É possível, então, que psicólogos que trabalham com crianças encaminhadas por escolas, direcionem o trabalho com o objetivo de romper a produção da queixa escolar.

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