terça-feira, 14 de abril de 2009

EMPATIA: O CUIDADO ATRAVÉS DO ENCONTRO

Por: Nichollas Martins Areco

“Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol”
(Tom Jobim e Dolores Duran)

É muito comum em nosso cotidiano dizermos que simpatizamos com alguém, ou antipatizamos com alguma idéia, alguma presença.

Assim, quando nos deparamos com outra pessoa, passamos a avaliar quanto este outro é parecido ou diferente de nós mesmos, quais seus interesses, gostos, idéias e concepções, e até que ponto podemos tolerar e aprender com as diferenças trazidas por este desconhecido ou se simplesmente é intolerável tê-lo ao nosso lado.

Estar diante de outra pessoa é uma grande aventura. Podemos dizer que neste momento que estamos junto ao outro, entramos em uma grande e misteriosa sala de espelhos, e quando miramos nossa imagem refletida ela pode estar um pouco menor do que imaginamos ser, ou mais alongada, um pouco distorcida, mais engraçada e divertida, ou em outra combinação qualquer. A partir do que vemos podemos nos sentir atraídos ou não pelo que percebemos, e isso marcará o quanto nos aproximamos ou afastamos dessas figuras.

Mas se pensamos com calma, tanto para haver simpatia quanto antipatia é necessário haja que o encontro entre seres humanos, e a este fenômenos chamamos de empatia.
Esta palavra se deriva de radicais gregos e pode ter o significado de estar em contato com a trajetória e a tragédia. Assim pode-se dizer que empatia é quando estamos disponíveis para testemunhar e acompanhar alguém em sua jornada de vida, sobrepujando o juízo de valor e alcançando a dimensão da entrega ao outro, sem idéias pré-concebidas.

Na relação terapêutica estabelecida entre o psicólogo e o cliente, o profissional deve saber quem se é, e de quais sentimentos e conceitos tem sobre as coisas, e a partir deste “saber de si” é necessário colocar tudo isso em parênteses, ou seja, saber o que é seu para poder de fato estar aberto para trabalhar junto com a pessoa o seu mundo.

Uma relação empática de forma alguma se caracteriza por não ter reações perante o outro, mas sim saber que essas reações são possíveis sim, e que de fato acontecerão. Entretanto o que ganha destaque não é o movimento de ação e reação, mas sim o de estar junto e possibilitar que através desta parceria, a pessoa que procura auxílio psicológico se sinta segura para explorar a si mesma.

Em uma época em que o individualismo é o que rege as regras sociais, gerando assim solidão e isolamento, o ato de cuidar deveria envolver justamente a preciosa oportunidade de estar acompanhado de alguém, que a todo momento estende a mão não como forma de punição, mas como um convite de que é possível estar ao lado de alguém importante que respeitará suas dificuldades, reconhecerá suas potencialidades e que aceitará que o cliente seja ele mesmo.

Da mesma forma, quando uma pessoa sente necessidade de apoio psicológico não deve pensar somente em qual abordagem que este profissional segue, suas técnicas, o reconhecimento social de seu trabalho, honorário, etc. É necessário que o cliente também perceba quanto confia e sente-se a vontade com o terapeuta, o quanto é possível compartilhar seus sentimentos, suas experiências, sua vida, sendo este um bom indicativo do sucesso do processo de psicoterapia.
É como se a todo o momento o psicólogo e cliente dissessem um ao outro “me dê a mão, vamos sair pra ver o sol”.

2 comentários:

marcelo disse...

Parabens para nicolas e seus colegas muito legal vocês darem espaço para que outras pessoas saibão um pouco mais sobre o trabalho de psicologia e quem sabe ajudar alguém pela net, um grande abraço o todos, e mais uma vez parabens.
Marcelo Greggio.

Denise disse...

oiiiiiiiii!!! parabéns e sucesso pelo trabalho.
Denise