segunda-feira, 14 de setembro de 2009

VOCÊ QUER RESPOSTAS?

Por: Christiana Gonçalves Meira de Almeida

Certo dia estava conversando com uma criança, em uma situação informal e falei que era psicóloga. A menina, muito esperta e carismática, disse: “Puxa, fico imaginando como deve ser sentar em um divã e ouvir começar a contar a minha vida. O terapeuta iria me dizer para explicar melhor, eu ia falar ainda mais. Depois ele me explicaria o que eu deveria fazer e como eu deveria fazer.”

Juntamente com essa garotinha, muitas outras pessoas pensam de forma semelhante. Muitas vezes, quando procuramos um psicólogo, esperamos que ele nos diga o que e como fazer. Esperamos que alguém nos diga como viver de forma a não ter o sofrimento que tanto nos incomoda. Queremos respostas prontas, como uma receita de bolo, de preferência um bolo de fácil preparo.

O nosso dia-a-dia corrido, não nos permite parar para pensar sobre nós mesmos. Quando estamos sofrendo, queremos algo que faça parar a nossa dor o mais rápido possível, queremos uma direção clara a seguir. Entretanto, é importante pensarmos um pouco sobre essa busca por soluções rápidas.

Devemos pensar se o que queremos são simplesmente respostas. Respostas o seu amigo pode dar. Pais e mães costumam dar muitas respostas. Conselheiros religiosos respondem perguntas. Entretanto, serão baseadas em uma opinião particular e relacionadas ao que a pessoa que deu a resposta pensa.

O olhar e a fala do psicólogo não devem ser baseados em conhecimentos do senso comum. O profissional deve apoiar-se sobre conhecimento científico, mostrando-se atento ao contexto da pessoa que o procura, considerando crenças, saberes e valores de seu cliente.

Um terapeuta, não é vidente, nem o oráculo da sabedoria. É uma pessoa como uma história de vida e que possui conhecimentos no campo da Psicologia.

Esses conhecimentos podem ser utilizados para que, junto com o cliente, seja possível, refletir sobre sua vida e os possíveis caminhos a serem trilhados. Para isso é necessário que o psicólogo faça uma análise muito cuidadosa do contexto antes de dar qualquer parecer.

Nesse processo e de acordo com um conjunto de conhecimentos e técnicas desenvolvidas é possível ao cliente perceber, sob outro ângulo, sua própria vida, repensando atitudes e escolhas.

Gosto daquela propaganda do canal Futura que diz: “Não são as respostas que movem o mundo. São as perguntas”.

Para mim, boas respostas são aquelas que possibilitam novas perguntas e com elas podemos ter novos horizontes.

Para assistir ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=xg8UG9I8hmw