terça-feira, 21 de abril de 2009

PSICOTERAPIA INFANTIL

Por: Christiana Gonçalves Meira de Almeida 

Não conheço ninguém que possa dizer que não tem ou nunca teve problemas. Todos temos  preocupações, conflitos, obstáculos - alguns maiores, outros  menores. 

Quando crescemos, às vezes esquecemos as adversidades enfrentadas na infância e muitas vezes a consideramos como o período em que não havia tristezas ou preocupações. Esquecemos daquele menino da 5ª série que brigava com a gente, daquela prova de matemática que nos deixava ansiosos, de quando ficamos bravos com os nossos pais e irmãos, de quando tivemos medo daquela boneca que ficava olhando para gente, da loira que a qualquer hora poderia sair do espelho do banheiro para nos atacar e todas outras criaturas que já nos assustaram um dia.

Cada fase da vida tem suas desvantagens. A infância não foge à regra. Para alguns dos problemas ocorridos nessa fase, “o tempo é o melhor remédio”. Não apenas a passagem do tempo, mas porque é provável que, com o tempo, a gente mude, assim como as pessoas a nossa volta. Com essas mudanças em nós mesmos e no ambiente em que vivemos, as dificuldades são superadas e até esquecidas.

Em outras situações talvez seja necessário a ajuda de um acompanhamento profissional frente a essas questões.

A psicoterapia infantil pode auxiliar crianças e suas famílias (os pais, irmãos e/ou cuidadores) quando algo não está bem no desenvolvimento da criança. O problema pode consistir em dificuldades emocionais, medo excessivo, estresse, ansiedade, agressividade, irritabilidade, timidez, baixo rendimento escolar e muitos outros problemas de comportamento.

O ambiente terapêutico pode facilitar a reflexão, discussão e aprendizagem de novas formas de agir frente a determinadas situações tanto por parte da criança como de sua família.

Atualmente os conhecimento e técnicas psicológicas na área de desenvolvimento infantil são amplos e possibilitam resultados significativos para o desenvolvimento saudável da criança e de sua família. E isso pode evitar a ocorrência de problemas maiores, além de oferecer maior qualidade de vida à criança e àqueles a ela ligados.

terça-feira, 14 de abril de 2009

EMPATIA: O CUIDADO ATRAVÉS DO ENCONTRO

Por: Nichollas Martins Areco

“Me dê a mão, vamos sair pra ver o sol”
(Tom Jobim e Dolores Duran)

É muito comum em nosso cotidiano dizermos que simpatizamos com alguém, ou antipatizamos com alguma idéia, alguma presença.

Assim, quando nos deparamos com outra pessoa, passamos a avaliar quanto este outro é parecido ou diferente de nós mesmos, quais seus interesses, gostos, idéias e concepções, e até que ponto podemos tolerar e aprender com as diferenças trazidas por este desconhecido ou se simplesmente é intolerável tê-lo ao nosso lado.

Estar diante de outra pessoa é uma grande aventura. Podemos dizer que neste momento que estamos junto ao outro, entramos em uma grande e misteriosa sala de espelhos, e quando miramos nossa imagem refletida ela pode estar um pouco menor do que imaginamos ser, ou mais alongada, um pouco distorcida, mais engraçada e divertida, ou em outra combinação qualquer. A partir do que vemos podemos nos sentir atraídos ou não pelo que percebemos, e isso marcará o quanto nos aproximamos ou afastamos dessas figuras.

Mas se pensamos com calma, tanto para haver simpatia quanto antipatia é necessário haja que o encontro entre seres humanos, e a este fenômenos chamamos de empatia.
Esta palavra se deriva de radicais gregos e pode ter o significado de estar em contato com a trajetória e a tragédia. Assim pode-se dizer que empatia é quando estamos disponíveis para testemunhar e acompanhar alguém em sua jornada de vida, sobrepujando o juízo de valor e alcançando a dimensão da entrega ao outro, sem idéias pré-concebidas.

Na relação terapêutica estabelecida entre o psicólogo e o cliente, o profissional deve saber quem se é, e de quais sentimentos e conceitos tem sobre as coisas, e a partir deste “saber de si” é necessário colocar tudo isso em parênteses, ou seja, saber o que é seu para poder de fato estar aberto para trabalhar junto com a pessoa o seu mundo.

Uma relação empática de forma alguma se caracteriza por não ter reações perante o outro, mas sim saber que essas reações são possíveis sim, e que de fato acontecerão. Entretanto o que ganha destaque não é o movimento de ação e reação, mas sim o de estar junto e possibilitar que através desta parceria, a pessoa que procura auxílio psicológico se sinta segura para explorar a si mesma.

Em uma época em que o individualismo é o que rege as regras sociais, gerando assim solidão e isolamento, o ato de cuidar deveria envolver justamente a preciosa oportunidade de estar acompanhado de alguém, que a todo momento estende a mão não como forma de punição, mas como um convite de que é possível estar ao lado de alguém importante que respeitará suas dificuldades, reconhecerá suas potencialidades e que aceitará que o cliente seja ele mesmo.

Da mesma forma, quando uma pessoa sente necessidade de apoio psicológico não deve pensar somente em qual abordagem que este profissional segue, suas técnicas, o reconhecimento social de seu trabalho, honorário, etc. É necessário que o cliente também perceba quanto confia e sente-se a vontade com o terapeuta, o quanto é possível compartilhar seus sentimentos, suas experiências, sua vida, sendo este um bom indicativo do sucesso do processo de psicoterapia.
É como se a todo o momento o psicólogo e cliente dissessem um ao outro “me dê a mão, vamos sair pra ver o sol”.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

QUANDO PROCURAR UM PSICÓLOGO


Por: Larissa Forni dos Santos

De modo geral, é muito comum associar o trabalho do psicólogo ao atendimento a pacientes com transtornos psiquiátricos, porém pouco se sabe a respeito a diversidade de campos de atuação que cabe ao profissional dessa área.

A área de atuação mais popular da psicologia é a Psicologia Clínica que tem como modelo o consultório particular. Mesmo nesse campo de atuação o psicólogo não se restringe apenas ao atendimento de pacientes com enfermidades psiquiátricas. Pensando no percurso da vida, todos nós passamos por momentos mais delicados, sem saber direito como agir, angustiados e, nesse momento, o atendimento psicológico pode ser grande auxílio, buscando entender as razões que levam ao sentimento de angústia, medo, dor, sentir-se perdido.

Sabemos que algumas circunstâncias da vida podem gerar esses sentimentos, como a perda de um ente querido, desemprego, gravidez, vestibular, adoecimento e, não apenas questões ligadas a distúrbios mentais.

Além da clínica o Psicólogo Organizacional ou do Trabalho, o RH, também é bastante conhecido. O profissional que atua nessa área além de trabalhar com recrutamento e seleção, pode fazer avaliações em empresas avaliando o clima organizacional, prepara um profissional para sua reinserção no mercado de trabalho.

Para questões mais ligadas a busca de uma profissão cabe ao Orientador Profissional, através de técnicas específicas, nortear esse cliente adolescente: em busca de uma área de formação ou adulto: em busca de uma nova carreira, ou preparação para aposentadoria.

Em relação a Psicologia da Saúde ou Hospitalar o profissional atua com questões ligadas ao adoecimento agudo ou crônico, por causas orgânicas ou psicossomáticas. Pode acompanhar não só o pacientes acometido por uma enfermidade, mas também sua família, que muitas vezes, também se encontra impactada pela questão do adoecimento.

Existe também a prática do Psicodiagnóstico, que permite ao psicólogo, usando de técnicas exclusivas de uso desse profissional e regulamentadas pelo Conselho Federal de Psicologia (www.pol.org.br), avaliar aspectos afetivos, estruturais, funcionais e de desenvolvimento. Nesse tipo de avaliação também é possível fazer diagnóstico diferencial, ou seja, em caso de dúvida de diagnóstico é possível esclarecer algumas questões que permitam uma melhor avaliação do caso para se definir qual o tratamento mais indicado.

O Psicólogo Escolar é aquele que trata de temáticas ligadas ao processo de ensino e aprendizagem, desenvolvimento humano, escolarização em todos os seus níveis, inclusão de pessoas com deficiências, políticas públicas em educação, gestão psicoeducacional em instituições, formação continuada de professores.

Assim, podemos dizer que o psicólogo acompanha sim pacientes com doenças psiquiátricas, mas não só. Ele está presente em diversos contextos em que existem pessoas, pois essa é a “matéria-prima” de seu trabalho.

Então, deve-se procurar um psicólogo quando você julgar necessário, seja por não estar satisfeito com o andamento de sua vida, acreditando que pode encontrar novas maneiras de conduzi-la, por estar passando por uma fase de sofrimento ou transições difíceis, por estar acometido por doença psiquiátrica ou física, ou mesmo para o auto-conhecimento.

Ao procurar um psicólogo fique atento se ele cumpre as exigências feitas pelos Conselhos Regionais que podem ser consultados pela internet. O do estado de São Paulo está disponível pelo link: www.crpsp.org.br e o Conselho Federal: www.pol.org.br . Esses são os órgãos competentes para fiscalizar e orientar profissionais e as pessoas em geral.